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segunda-feira, 28 de julho de 2014

Honestidade no bolso

Dilma tenta rebater críticas do banco Santander e insiste em discurso que
cresce uma onda de pessimismo no Brasil


Por Hícaro Teixeira

A economia brasileira vai mal. Continua apresentando baixo crescimento, inflação alta e com déficit em conta-corrente incomodando a vida da população. No mercado há uma torcida grande contra o governo, e essa faísca que está saindo pode acabar virando incêndio para a presidente Dilma Rousseff (PT), durante sua corrida eleitoral. Semana passada o banco Santander fez duras críticas sobre a gestão econômica da presidente em uma carta aos clientes, deixando claro que é “difícil saber até quando vai durar esse cenário e qual será o desdobramento final de uma queda ainda maior de Dilma nas pesquisas”. Sem o que falar, Dilma tentou rebater críticas do banco.


Pedro Ladeira/Folhapress

Eu acho inadmissível. Não sei o que farei, eu não vou especular. Eu sou presidenta da República, eu tenho de ter uma atitude mais prudente. O pedido de desculpas do banco foi bastante protocolar. Eu conheço bastante bem o CEO do banco, eu pretendo inclusive conversar pessoalmente com ele. Acho que há no Brasil um jogo de pessimismo inadmissível”, disse Dilma durante entrevista com jornalistas na Sabatina da Folha/Uol/SBT.

Parece que a presidente não está querendo enxergar, de fato, o que acontece no país.
A inflação está descontrolada e passou do teto. Famílias brasileiras, principalmente as que pertencem a classe média, sofrem na pele o aumento do preço dos alimentos, passagens aéreas, gasolina e com serviços domésticos. A única solução que a classe busca para tentar sobreviver é o corte de despesas. Mas Dilma não quer enxergar o caos, e sempre rebate com respostas que não condizem com a realidade.

Hoje 75% dos brasileiros, de 200 milhões, estão na classe C, A e B. Posso dizer que quem ganhou mais. Todos ganharam. Mas é fato que os mais pobres ganharam mais. Isso é muito importante porque um país que faz isso melhora muito. Antes estavam excluídos do mercado. Acho que tem gente que não gostou muito que ao lado dele no avião sente uma empregada”, diz. O governo brasileiro infelizmente continua virando de costas e tentando desenhar outro mundo. A situação das famílias que hoje vivem nas favelas é desumana. Não é nada normal sentir cheiro de esgoto ou demorar 4 horas para chegar no trabalho.

A melhor coisa que um governante precisa fazer, antes tudo, para conseguir a reeleição é assumir os erros, mas nem isso Dilma fez. Não assumiu nenhum, e foi questionada por jornalistas se teria cometido algum equívoco, mas parece que a honestidade da presidente, nesse momento, está dentro do bolso. 

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