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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Paralisação de ônibus provocou confronto entre passageiros e polícia militar na rodoviária do Plano Piloto

15 ônibus foram quebrados e 2 incendiados

Por Hícaro Teixeira


BRASÍLIA - “Fora Agnelo, Fora Agnelo!”, “O povo acordou!” e “Ei fardado, cê tá do lado errado”, eram os gritos de revolta dos passageiros indignados com a paralisação das empresas de ônibus nesta segunda-feira (24) na rodoviária do Plano Piloto. Após todos os ônibus ficarem parados começou o ‘quebra-quebra’. 15 ônibus foram quebrados e 2 incendiados. Depois a polícia militar chegou e lançou spray de pimenta na multidão que estava manifestando. 

Foi um descontrole total. Todos os passageiros indignados reuniram-se na plataforma superior e outros no box C e E. Muitos perderam o controle e quebraram lixeiras, vidros de ônibus e, além do mais, partiram para um confronto com a polícia. Alguns policiais militares e passageiros ficaram feridos.
Os motoristas de vans piratas aproveitaram. Viram que os passageiros na rodoviária estavam sem condução - e aumentaram a passagem de R$ 3,00 para R$ 10,00. “É bom que esse povo aprende a votar” afirmou o motorista da van. 




segunda-feira, 17 de junho de 2013

10 mil manifestantes participam de protesto pacífico em Brasília

No Congresso Nacional, ativistas do movimento ocupam cobertura e canteiro central7

Por Fernanda Queiroz e Rui Rodrigues

Às 19h27 da noite desta segunda-feira, centenas de brasilienses ocuparam a marquise do Congresso Nacional, símbolo do poder político brasileiro. Os ativistas participaram da passeata “Marcha do Vinagre” na Esplanada dos Ministérios. Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, 10 mil pessoas estavam na manifestação.

Segundo dia de protestos e primeiro sem violência, por volta das 16h, brasilienses reuniram-se em frente ao Museu da República para protestar contra: a corrupção,  gastos públicos referentes à Copa, apoio às manifestações que ocorrem no país todo e investimentos nas áreas da saúde e educação.

O percurso foi interrompido quando o movimento chegou ao Congresso, casa parlamentar dos representantes eleitos pelos estados brasileiros.

A marcha leva a denominação de “Vinagre” em apoio aos paulistas que na última semana foram detidos e levados presos por portarem o produto pelas ruas de São Paulo. O líquido é utilizado por manifestantes como proteção aos efeitos do gás lacrimogêneo, arma de efeito moral da polícia para conter manifestações.

“Copa do mundo não. Quero dinheiro para saúde e educação”. O brado dos participantes foi acompanhado pela voz já falha de João Marcelo. O senhor de 59 anos, com rouquidão disse para todo mundo ouvir: “Tem que subir ali!”, enquanto apontava em direção à cobertura do Congresso. Pouco depois de seu pedido, centenas de manifestantes desviaram do cordão policial e seguiram rumo à subida para protestar há aproximadamente 30 metros de altura.

Cerca de 60 policias realizavam o cordão de isolamento mais os seguranças do Congresso. Enquanto lentamente os manifestantes tomavam o concreto, pouco a pouco os policias viravam-se para olhar junto à multidão o que faziam em cima da marquise. No Salão Branco, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), já estava a postos para qualquer ocupação pelos ativistas.

Rui Rodrigues Neto


Antes da ocupação, alguns manifestantes, repudiados por todo o movimento, jogaram água em policiais que faziam a barreira de proteção e acabaram levando além de vaias de protestos: “Sem violência. Sem vandalismo”, jatos de spray de pimenta no rosto.

O ativista Hugo Soares, em depoimento na rede social facebook, salientou a falta de respeito de alguns participantes. “Teve sim um momento em que a PM jogou spray de pimenta nos manifestantes que estavam no espelho d'água. Contudo os manifestantes provocaram os policiais jogando água. Mas isso foi uma pequena parcela de quem estava ali apenas para causar tumulto”, ressaltou.

Soares disse ainda que a maioria das pessoas vaiavam e pediam para acabar com qualquer ato que pudesse desencadear uma ofensiva policial. No momento da confusão em frente à rampa de acesso, duas manifestantes se aproximaram da reportagem e disseram que este tipo de ação por parte de poucos ativistas prejudicaria toda a manifestação. “Era só disso que a imprensa precisava para dizer novamente que todos aqui são ‘baderneiros’”, enfatizou.

Rui Rodrigues Neto
Pacificamente os 300 ocupantes da parte superior e outros milhares no gramado cantaram juntos o Hino Nacional. Logo após, o grupo anunciou: “Eu já falei, vou repetir. É o povo quem manda aqui”.

Além dos bordões antigos, o movimento também mandou o recado à deputados e senadores. Com as frases: “Fora Renan”, “Fora Sarney”, “Fora Feliciano” e “Fora Agnelo”, os manifestantes exigiam a saída dos parlamentares, e a renuncia do governador do Distrito Federal. Investigados por improbidade administrativa, desvio de verba pública, entre outros, o movimento utilizou alguns exemplos para denunciar a corrupção na política brasileira.

Por volta das 23h os manifestantes foram dispersados e o policiamento foi reforçado. Há informações de que o próximo protesto será nesta quarta-feira, 19.

sábado, 15 de junho de 2013

Protesto contra violência acaba em violência


Ato pacífico foi repudiado por tropa de choque que alvejou manifestantes. 29 ficaram feridos


Por Hícaro Teixeira, Fernanda Queiroz e Rui Rodrigues Neto


Rui Rodrigues Neto/Polícia atirando contra manifestantes
BRASÍLIA - Todos manifestavam pacificamente sem vandalismos e ataques. O grupo em coro dizia: “Sem violência!". Mas não adiantou. O Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) atacou os brasilienses que participaram neste sábado (5) do movimento "Apoio aos manifestantes de SP e todo o país + Copa Pra Quem?". Os policiais da tropa de choque jogaram bombas de gás lacrimogênio, atiraram com balas de borrachas contra ativistas e jornalistas que estavam presentes.

A estudante Ana Flávia, 22 anos, conta que não xingou nenhum policial. Apenas pediu para a polícia parar com a agressividade. Em seguida levou um arrastão. “Ele meteu o Spray na minha cara e vieram com a viatura e me atropelaram. Está tudo gravado, mais tarde eu posto no facebook”, relata. 
O fotografo Rui Rodrigues Neto, que registrou a foto abaixo, relata que após fazer esta imagem - esse mesmo policial apontou a arma na direção dele. “Eu gritei nessa hora. Vão atirar na gente! Corri para o lado ele abaixou a arma e avançou na direção onde eu estava e atirou contra os manifestantes no outro lado da rua”, afirma.

Mais tarde, a polícia atropelou dois manifestantes com motos e uma estudante foi atingida por bala de borracha, e recebeu nove pontos na cabeça. Outros 29 ficaram feridos. 

A manifestação foi linda. Os brasilienses fizeram o correto: organizaram no facebook e mais de 4 mil pessoas apareceram.  

Foto: Rui Rodrigues Neto





Manifestações pelo Brasil e pelo mundo
Mesmo com a decisão da Justiça de conter qualquer manifestação no Estado que bloqueasse o trânsito total ou parcialmente em qualquer via, ativistas do movimento Copac (Comitê Popular de Atingidos pela Copa), formado por partidos de extrema esquerda e estudantes, oito mil mineiros se reuniram contra o aumento das passagens de ônibus e a corrupção na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte-MG. O protesto intitulado “1º Reunião pela Redução da Passagem – R$ 2,80 não!” foi pacífico e terminou por volta das 16h deste sábado (15).

O mesmo pacifismo não ocorreu nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo na última semana. O uso da força pelos policiais nas metrópoles brasileiras de forma violenta levaram por quatro dias ativistas às ruas, contra a corrupção e aos gastos dos estádios para os eventos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo.

Foto: Rui Rodrigues Neto
Ativistas da Turquia na última sexta-feira (14) publicaram fotos na rede social facebook em apoio aos movimentos no país. Frases como “Resista Brasil. A Turquia está ao seu lado”, foram escritas pelos turcos.

Conselho de Direitos Humanos da ONU

Em meio aos confrontos que ocorreram na Avenida Paulista-SP, na última quarta-feira (12) o Conselho de Direitos Humanos da ONU, recomendaram ao Brasil o fim dos “esquadrões da morte” e “grupos de elite”, e o suprimento progressivo da polícia militar brasileira, acusada por vários assassinatos, em episódios como os das manifestações em São Paulo, e das invasões nas comunidades cariocas, no Rio de Janeiro. 

Pensando nos próximos grandes eventos que serão sediados, sete países dentre eles: Canadá, França, Paraguai, Coréia do Sul e Austrália, recomendaram "reformar o sistema penitenciário para reduzir o nível de superlotação e melhorar as condições de vida das pessoas privadas de liberdade". A recomendação foi feita durante a Reunião do Grupo de Trabalho sobre o Exame Periódico Universal (EPU) do Brasil, à qual todos os países componentes da ONU se submetem.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Dilma seria eleita no primeiro turno em 2014, diz pesquisa CNT

Camila Campanerut
Do UOL, em Brasília

A presidente Dilma Rousseff seria reeleita no primeiro turno para a Presidência da República caso as eleições de 2014 fossem hoje, segundo pesquisa divulgada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) em conjunto com o instituto MDA nesta terça-feira (11).
Nos dois cenários analisados pelos pesquisadores, a presidente teria mais de 50% das intenções de voto. 
No primeiro cenário avaliado, a presidente teria 52,8% das intenções de voto, contra 17% do senador Aécio Neves (PSDB-MG); 12,5% da ex-senadora Marina Silva (Rede Sustentabilidade) e 3,7% do governador Eduardo Campos (PSB-PE). 
Em ambas as simulações, a diferença de Dilma para o segundo colocado é de cerca de 35 pontos percentuais, semelhante ao intervalo verificado pela pesquisa Datafolha divulgada no último domingo. No entanto, ao contrário do Datafolha, que traz Marina Silva na segunda posição, na pesquisa CNT/MDA Aécio Neves aparece em segundo lugar.Na segunda simulação, em que figuram apenas Marina e Aécio, Dilma lidera, com 54,2% das repostas dos entrevistados, ante 18% de Aécio e 13,3% de Marina. Os entrevistados que votam em branco somam 8,6% e os que não sabem ou não responderam totalizaram 5,9%.
Segundo a CNT, a pesquisa não contemplou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva porque ele já declarou que não sairá como candidato.
Apesar dos números favoráveis à atual presidente, 73,1% dos entrevistados afirmaram que ainda não possuem candidato para a eleição de 2014. Apenas 17,4% deles sabem em quem votar no próximo pleito, enquanto 2% votariam branco ou nulo e 7,5% não sabem ou não responderam.
"A presidente ganharia em todos os cenários em primeiro turno. Mas se aproxima muito de um segundo turno à medida que eles [demais candidatos] passam a ser mais conhecidos. Eles vão crescendo nas intenções de voto, disse Clésio Andrade, presidente da CNT, em entrevista após a divulgação dos dados.
A pesquisa também considerou uma situação em que opinaram apenas os entrevistados que conhecem os prováveis candidatos -- 755 num universo de 2.010 pessoas. Nessa situação, Dilma teria com 44,1%, Aécio 22,8%, Marina 14,2% e Eduardo Campos 5,8%, o que levaria a disputa para o segundo turno. Ainda nesta simulação, brancos e nulos somariam 8,9% e 4,2% dos entrevistados não responderam ou não sabiam.
Sobre o grau de conhecimento dos candidatos, a CNT/MDA verificou que Dilma foi reconhecida por 99,5% dos entrevistados, seguida por Marina Silva (75,6%), Aécio Neves (72,6%) e Eduardo Campos (45%). 
Quando questionados sobre qual partido político gostariam de ver na Presidência da República, 23,1% dos entrevistados apontaram o PT, legenda da presidente, enquanto 5,1% escolheram o PSDB, o maior partido de oposição ao governo federal, cujo presidente é o senador Aécio Neves.
O PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer e maior sigla da base aliada, recebeu apoio de 2,5% dos entrevistados, seguido pelo PSB, do governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos, com 0,7%. Outros 41,7% não sabiam ou não escolheram e 24% não apontaram nenhum partido.

Aprovação pessoal e do governo

A 113ª Pesquisa CNT/MDA também  avaliou os índices de popularidade do governo e pessoal da presidente Dilma Rousseff. A presidente é aprovada por 73,7% dos entrevistados, e seu governo, por 54,2%. Na última pesquisa, de julho de 2012, Dilma teve aprovação pessoal de 75,7% e aprovação de seu governo foi de 56,6%. A queda na aprovação pessoal de Dilma está dentro da margem de erro, de 2,2 pontos percentuais.
A redução da aprovação da mandatária foi noticiada no domingo por pesquisa do instituto Datafolha. No entanto, como a periodicidade da pesquisa da CNT é diferente, não foi possível detectar a tendência de queda mostrada pelo Datafolha.
Foram entrevistadas 2.010 pessoas em 134 municípios de 20 Estados entre os dias 1º e 5 de junho deste ano. Esta é a segunda pesquisa da CNT em parceria com o instituto MDA -- os levantamentos anteriores foram feitos com os institutos Vox Populi (1º ao 28º) e com o Sensus (29ª a 111ª).
A pesquisa não tem periodicidade definida -- o último levantamento, feito entre os dias 18 e 26 de julho de 2012, foi divulgado em agosto de 2012. 

Pessimismo

A pesquisa registrou um maior pessimismo dos brasileiros com relação às expectativas para os próximos meses. Com relação à oferta de empregos, 39,6% dos entrevistados acham está melhor agora, ante 54,1% do ano passado. Já 44,5% acham que ficará igual, ante 32,2% da avaliação anterior, e 11,5% acreditam que poderá piorar frente 9,6%.  Aqueles que não sabem ou não responderam não se mantiveram no patamar de 4%.
A expectativa de aumento renda mensal também caiu de 35,8% deste ano ante 49% do ano passado. Mas a maioria (51,9%) acredita que deverá se manter igual – que é maior que a avaliação anterior de 42,9%. Somam 8,5% os que disseram acreditar que a renda vai diminuir, antes era 5,1%.
As ofertas de saúde e educação também registraram baixa na perspectiva de melhora de 43,7% (em julho de 2012) para 26,2% (em junho deste ano) e 47,2% (em julho de 2012) para 33,1% (em junho deste ano), respectivamente.
A situação da segurança no país também apresentou queda no otimismo: 29,1% dos entrevistados acham que vai melhorar, frente 39,1% da pesquisa passada. Outros 41,1% acham que ficaria igual (o índice era de 41,2%) e 27,3% acham que vai piorar ante 17,1% da avaliação anterior. 
"Há uma queda em relação no otimismo em relação ao emprego e à renda mensal. [Houve] também quedas nos índices de saúde e segurança. Estes itens pesam. É um alerta ao governo, apesar dos altos índices de popularidade da presidente", destacou Clésio Andrade.

Confiança

Entre as instituições que inspiram maior confiança nos entrevistados, a Igreja aparece em primeiro lugar, com 37,5%, seguida da Polícia Federal (13,8%), do Supremo Tribunal Federal (8,2%), do Ministério Público (7,8%), da Presidência da República (7,1%). Senado, com 0,7% de confiança, e Câmara dos Deputados, com 0,6%, aparecem no final da lista. Outros 18,7% dos entrevistados disseram não acreditar em nenhuma delas, e 5,7% não sabem ou não responderam.
Os entrevistados também se dividiram quando questionados sobre o impacto da inflação em sua renda: 36,7% avaliaram que será alto; 36,6% acham que será moderado; 18,6% consideram que será baixo e 8,1% não sabem ou não responderam.

Pesquisa anterior

Na pesquisa anterior, o então cenário eleitoral mostrava que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria com 69,8% dos votos caso a eleição se realizasse no dia que os entrevistados foram questionados. Na sequência, estaria o senador Aécio Neves (PSDB-MG), com 11,9% das intenções de voto e o governador do Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) com 3,2%. A margem de erro era de 2,2 pontos porcentuais para baixo ou para cima.
Em um segundo cenário, a CNT trocou Lula pela presidente Dilma Rousseff, que venceria as eleições com 59% das intenções de voto, seguida por Aécio com 14,8% e Eduardo Campos com 6,5% das intenções de voto.