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segunda-feira, 17 de março de 2014

Unidos por um país melhor

Opinião/Análise - Por Hícaro Teixeira

Do final de dezembro pra cá, observo um grande movimento contra a presidente Dilma e o PT - tanto como pessoas de direita como setores da esquerda (ou sem ideologia). 


Vejo amigos do PSDB, DEM, PPS, PSB, PSOL, Rede e muitos apartidários contra esse câncer enraizado no Brasil. Fico feliz com essa movimentação e isso faz bem para o amadurecimento do nosso Estado Democrático de Direito.

O único perigo, na minha opinião, são os programas de assistência do governo. Não estou dizendo que os programas sejam ruins, pois muitas famílias precisam, e realmente, ajuda. Só que existe o outro lado: de pessoas que tem a Dilma e o PT como candidatos por causa dos programas - que são vários - e ao mesmo tempo torcem o nariz para o País, usufruindo do papai Estado.

Sei que o brasileiro merece a Copa do Mundo, pois vivemos no "país do futebol", mas infelizmente o Brasil não possui estrutura e qualidade para receber a Copa por agora. Vocês mesmo observam os fatos e denunciam - ou seja - todos sabem que estamos em um estado gravíssimo: obras inacabadas, sem saúde (até em hospital particular temos dificuldades), educação (fracassada), transporte (um caos), estradas e rodovias. Deem graças a Deus que na Copa do Mundo, teremos a imprensa internacional que já está abrindo os nossos olhos e reforçando as denuncias que um setor da nossa imprensa faz.

Entretanto, cabe a todos votarem com consciência no próximo candidato: se é Aécio Neves ou Eduardo Campos. O Brasil passará por uma grande crise econômica em 2015, mesmo com a entrada desses futuros presidentes (digo futuro porque sou otimista).

Aprofundando mais algumas questões, precisamos de uma política fiscal de qualidade para sobrar mais dinheiro (que já temos) para aliviar nossa barra diante as crises - fazendo o que? PRIVATIZANDO e enxugando a máquina. Com isso chamaremos mais investidores e aumentará para 90% a nossa qualidade de vida - sem contar que o mercado de trabalho melhorará muito. Na minha humilde opinião, se o PSDB entrar no Poder, talvez, repito, talvez, o partido poderá privatizar muita coisa. Sei que o partido tem medo de fazer isso por causa dos ataques.

Larguem discursos socialistas "de que nossas riquezas não podem ser vendidas". Deixa de ser feio! Vai estudar e pesquisar sobre a qualidade de vida nos países que privatizam. Sei que algumas questões necessitam do controle do Estado, como a Educação e Saúde, que tem que ser um direito de todos e o dever do estado.

Com todo respeito, estou cansado dos papagaios de plantão que não estudam e ficam no repete e repelete com esse discurso chato - mas como todos são expertos, a melhor maneira é ignorá-los.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Entrevista: Jarbas Marques.

Jarbas Silva Marques
A Comissão Nacional da Verdade tem uma origem esdrúxula

O ex-preso político diz que o governo Dilma está adotando a cultura da ditadura militar e ainda revela comportamentos do José Genoíno na Guerrilha do Araguaia

O jornalista Jarbas Silva Marques, de 73 anos, é considerado o ex-preso político mais torturado do Brasil. Ele fez parte do Partido Comunista Brasileiro. Trabalhou na revista ISTOÉ, no jornal Correio Braziliense, Jornal Opção e hoje é presidente do Instituto Histórico e Geográfico do DF.

Por Hícaro Teixeira




Cotidiano - O sr. foi torturado durante quantos anos?

Jarbas - Durante 10 anos. Fui torturado aqui em Brasília em 1967 pela equipe do coronel Beira Matos, que tinha chegado da invasão de São Domingos em 1965. Em 67 fui considerado o preso político mais torturado do Brasil. Quebraram a minha cabeça com pauladas (pegue aqui no meio - olha o buraco). Sofri uma tortura no quartel do BGP chamada escovão. Me afogaram em um latão com urina e fezes dos presos. Isso entrou nos meus ouvidos.
Cotidiano - Ficou preso apenas em Brasília?
Fiquei nas piores cadeias do país, de celas cavadas na rocha, em Fortaleza de Santa Cruz da Barra no Rio de Janeiro e na Ilha Grande. A minha perna direita não tem ligamento muscular, pois quebraram e arrebentaram. Usei muletas por muito tempo. Fizeram tortura sexual comigo, eu tenho varizes na bolsa escrotal. Usaram o meu corpo para dar aula de tortura. Enfiaram éter no meu ânus várias vezes - eu sentia minha língua inchar. Colocaram um jacaré em cima de mim, o comandante trouxe do Amazonas. O animal me deu várias dentadas no braço.    

Cotidiano - O sr. foi convocado para depor na Comissão Nacional da Verdade?
Jarbas - Não! Eu sou incomodo. Cotidiano - Por que? Eles não estão trabalhando como deveriam? Há conflitos políticos lá dentro, né?
Jarbas -  Essa Comissão tem uma origem esdrúxula. Quem mandou o projeto para o Congresso Nacional foi o ex-presidente Lula, e ele mandou porque a Justiça Federal do Brasil condenou o Estado. Lula não obedeceu a Justiça e aí as famílias dos guerrilheiros do Brasil correram para o tribunal da Organizações dos Estados Americanos (OEA). Essa comissão  foi uma origem esdrúxula, foi uma manobra do Lula e do PT para esconder que eles foram condenados. A dona Dilma não recebeu nenhum familiar dos desaparecidos direito. Não recebeu nenhum ex-preso político e fez a composição sem nos ouvir. A primeira composição disso foi a manobra para fazer apenas um relatório. Fomos nós que questionamos a crise. Eles não procuraram nada.  Isso tudo é um jogo de cena.
Cotidiano - O Palácio do Planalto está pressionando o Senado para que seja aprovado o projeto que enquadra protesto de rua como “ato terrorista” - quem for detido será penalizado com 30 anos de prisão. Podemos dizer que existe um viés ao AI-5?
Jarbas - Não é viés com o AI-5, porque ele foi uma fase da ditadura. O que o governo petista está reanimando é uma cultura repressiva - que é a cultura da ditadura. Tudo isso é uma estratégia de volta das ditaduras a nível continental. Essa legislação é mais fácil para conter a repressão política. Isso se deu nos Estados Unidos quando o pessoal fez a mobilização em Wall Street.
Cotidiano - Inclusive, o Ministério da Defesa criou um manual de conduta para os militares agirem com rigorosidade contra os manifestantes na Copa, taxando eles de “forças oponentes”. O que observa nessa questão?


Jarbas -  Isso é um Estado policial. A mesma doutrina de segurança nacional que os americanos fizeram no Rio Grande no México. Tudo isso é ditadura! É um ato policial. O exército, marinha e aeronáutica passam a ser a polícia.


Cotidiano - A ONU cobra explicações do Brasil sob o uso excessivo de força policial nas manifestações. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República recebeu a carta, mas não há nenhuma resposta do governo federal até agora. O que o sr. acha?
Jarbas - A quinze dias atrás ocorreu um fato exponencial. Se você é assaltado aqui, demora uma hora para a polícia civil chegar, mas se você faz uma luta representando qualquer princípio de luta política, aparece polícia em 5 minutos. A máquina está preparada para matar. A Constituição diz que temos o direito de ir e vir. Eles colocam a polícia para as pessoas não transitarem. Eu como jornalista e militante político testemunhei aqui em Brasília que a maioria desses black blocs eram agente policial infiltrados para justificar a repressão. No Itamaraty quando houve aquela manifestação aconteceu um fato: quem faz a segurança são os fuzileiros navais, só que os jornalistas não contavam isso. Um dos sujeitos que estava depredando era fuzileiro naval da guarnição do Itamaraty, e os colegas dele deixaram ele entrar tranquilamente.
Cotidiano - E a tática do ‘pelotão ninja’ (batalhão especializado em artes marciais e sem armas de fogo), se compararmos com as manifestações na sua época contra o regime militar?
Jarbas - Eles já fazem isso a muito tempo, a maioria dos torturadores eram instruídos em artes marciais.


Cotidiano - Na sua época existia isso?


Jarbas - Sim! Em Goiânia naquela época existia um torturador chamado Hugo Nakamura, e ele fazia luta livre e judô. Aqui em Brasília o primeiro instrutor era o ex-kamikaze Ninomiya.

Cotidiano - 117 jornalistas foram agredidos nas manifestações de junho, segundo a Abraji. E na primeira manifestação contra Copa do Mundo, em São Paulo, 14 jornalistas foram detidos pela PM.


Jarbas - O que aconteceu com a mídia ninja? Eles filmaram um major colocando na mochila dele um coquitel molotov pra jogar na polícia. E tudo isso foi provocação da polícia.


Cotidiano - A presidente Dilma Rousseff ressaltou em Bruxelas que o Brasil defende a liberdade de imprensa, e disse que não houve repressão. Por que isso?

Jarbas - Isso é um cinismo. Primeiro que o PT está tentando fazer o controle da imprensa. Por que a polícia dela bate e prende jornalista? Ela fala uma coisa e faz outra.

Cotidiano - José Genoíno era militante do PC do B?

Jarbas -  Sim. Você está falando com a pessoa que fez um relatório central para o PC do B sobre o comportamento do Genoíno na guerrilha do araguaia. Foi um comportamento de um delator e de colaborador com a repressão política - tenho documentos comprovando.

Cotidiano - O sr. ainda se considera ainda como um comunista? Qual é sua visão sobre o comunismo hoje em dia?
Jarbas - Sou comunista leninista. E hoje esses caras ficam pagando vaquinha para o Genoíno, José Dirceu e Delúbio Soares.

Cotidiano - Alguns militares alegam que se não tivessem feito o Golpe, o Brasil seria tomado por Comunistas. Segundo eles, haveria oportunidades para ser implatada uma ditadura. O sr. concorda?

Jarbas -  Kennedy que preparou o golpe de 64 no Brasil. E o golpe não começa em 64, começou na Itália quando o tenente Humberto de Alencar Castello Branco é cooptado pelo general americano Vernon Walters para voltar ao Brasil e fazer escola superior de guerras para preparar uma elite civil e militar para dar um golpe. Mataram o Getúlio Vargas, tentaram acabar com a Petrobrás.    


Cotidiano - Militantes do Partido Comunista Brasileiro tinham ligações com o ditador cubano Fidel Castro. A novela Amor e Revolução do SBT mostrou isso. Alguns trouxeram armas para o Brasil…

Jarbas -  Desinformação. Fidel Castro e Che Guevera e mais 22  jovens fizeram a revolução cubana na beirada dos EUA, há 180 Km. Então o mundo viveu uma febre revolucionária com Fidel e Che. Inspirou toda uma geração de idealismo. Cotidiano - Mas o Fidel matou muita gente…


Jarbas - Isso é o que você diz por ignorância e por estar intoxicado! Ele matou torturador e não foi ele que matou, foram os tribunais revolucionários. Se você conhecesse e não tivesse repetindo o que os americanos dizem… Ele matou torturador assessorado pela CIA. Vou só te contar um fato: eu tinha ligações... Eu era dirigente estudantil e partidário. A máfia controlava Cuba. Ela era um puteiro dos EUA. Tinha drogas, tortura sexual e etc. Vocês ficam repetindo essa porra até hoje intoxicado pelos americanos.     

Cotidiano -  O que o sr. acha do general Newton Cruz, que foi ex-chefe da agência central do SNI (Serviço Nacional de Informações)?


Jarbas - Está sendo processado até hoje. Fizeram o atentado do Riocentro pra dizer que não tinha condição de eleição direta. A mesma equipe que matou a equipe do jornalista Mário Eugênio era subordinada ao Octávio Medeiros na agência central do SNI. O Cruz queria entrar no lugar do ex-presidente Ernesto Geisel. O sargento do Exército Antônio Nazareno Mortari Vieira falou bêbado na Papuda que ele e o pessoal da equipe saiu a mando de Cruz para matar o jornalista no Rio de Janeiro.   


Cotidiano - O sr. estava preso no período do atentado do Riocentro?

Jarbas -  Nesse período não. Eu estava fazendo tratamento no hospital  Sarah Kubitschek em Brasília por causa das torturas. Fiquei 3 anos e meio fazendo fisioterapia lá.


Cotidiano - Eles estavam preparando um novo atentado naquele período. Ele saiu em 1981, mas em 1983 estava planejado mais um. Qual é sua visão?

Jarbas - Eles cometeram vários atentados. Eu participando em lutas da anistia, eles jogaram várias bombas entre eu e a mãe do Jorge Júnior. Fora os atentados que mataram muita gente.

terça-feira, 4 de março de 2014

Líder do PMDB, Eduardo Cunha, ataca PT e Rui Falcão no Twitter

Por Hícaro Teixeira
O líder do PMDB na câmara, o deputado federal Eduardo Cunha, afirmou nessa terça-feira (04) na rede social Twitter, que é melhor o partido repensar na aliança com o PT. Segundo ele, o PMDB não é respeitado pelo PT". 

"A bancada do PMDB na Câmara já decidiu que não indicará qualquer nome para substituir ministros.Pode ficar tudo para o Rui Falcão", afirma Cunha em seu perfil no Twitter. 

Cunha comentou em uma conversa com um internauta no Twitter, que pretende expor os fatos à bancada do partido. "Farei isso na reunião, já chamada para terça-feira dia 11 de março às 14h", disse. 

Revoltado, ele postou que "está realmente começando a achar boa a ideia de antecipar a convenção do PMDB". Ele também disse que o presidente do PT, Rui Falcão, está "doido" atrás de boquinhas no Rio de Janeiro. "Aliás, por onde passa o Falcão, mais difícil fica a aliança", ressaltou. 

Crise entre PT e PMDB

A crise entre o PT e o principal partido da base aliada, o PMDB, ocorre desde o início do governo da presidente Dilma Rousseff. Trocas de cargos nos ministérios foi o que afetou essa briga. Segundo a bancada do PMDB, a falta de acordo provocou crises no governo. 

No dia 27 de fevereiro, programa de televisão do PMDB, o partido não fez uma aposta no governo PT. Parece que foi proposital fazer um programa sugerindo a "não escolha" de Dilma ou governo. 


O programa que ignora Dilma foi ao ar no momento em que o partido está rebelado por causa da resistência da presidente em ceder um sexto ministério aos peemedebistas.