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Congresso Nacional, ativistas do movimento ocupam cobertura e canteiro central7
Por Fernanda Queiroz e Rui Rodrigues
Por Fernanda Queiroz e Rui Rodrigues
Às 19h27 da noite desta segunda-feira, centenas de brasilienses ocuparam
a marquise do Congresso Nacional, símbolo do poder político brasileiro. Os
ativistas participaram da passeata “Marcha do Vinagre” na Esplanada dos
Ministérios. Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, 10 mil pessoas
estavam na manifestação.
Segundo dia de protestos e primeiro sem violência, por volta das 16h,
brasilienses reuniram-se em frente ao Museu da República para protestar contra:
a corrupção, gastos públicos referentes à Copa, apoio às manifestações
que ocorrem no país todo e investimentos nas áreas da saúde e educação.
O percurso foi interrompido quando o movimento chegou ao Congresso, casa
parlamentar dos representantes eleitos pelos estados brasileiros.
A marcha leva a denominação de “Vinagre” em apoio aos paulistas que na
última semana foram detidos e levados presos por portarem o produto pelas ruas
de São Paulo. O líquido é utilizado por manifestantes como proteção aos efeitos
do gás lacrimogêneo, arma de efeito moral da polícia para conter manifestações.
“Copa do mundo não. Quero dinheiro para saúde e educação”. O brado dos
participantes foi acompanhado pela voz já falha de João Marcelo. O senhor de 59
anos, com rouquidão disse para todo mundo ouvir: “Tem que subir ali!”, enquanto
apontava em direção à cobertura do Congresso. Pouco depois de seu pedido,
centenas de manifestantes desviaram do cordão policial e seguiram rumo à subida
para protestar há aproximadamente 30 metros de altura.
Cerca de 60 policias realizavam o cordão de isolamento mais os
seguranças do Congresso. Enquanto lentamente os manifestantes tomavam o
concreto, pouco a pouco os policias viravam-se para olhar junto à multidão o
que faziam em cima da marquise. No Salão Branco, o Batalhão de Operações
Policiais Especiais (BOPE), já estava a postos para qualquer ocupação pelos
ativistas.
Rui Rodrigues Neto |
Antes da ocupação, alguns manifestantes, repudiados por todo o
movimento, jogaram água em policiais que faziam a barreira de proteção e
acabaram levando além de vaias de protestos: “Sem violência. Sem vandalismo”,
jatos de spray de pimenta no rosto.
O ativista Hugo Soares, em depoimento na rede social facebook, salientou
a falta de respeito de alguns participantes. “Teve
sim um momento em que a PM jogou spray de pimenta nos manifestantes que estavam
no espelho d'água. Contudo os manifestantes provocaram os policiais jogando
água. Mas isso foi uma pequena parcela de quem estava ali apenas para causar
tumulto”, ressaltou.
Soares disse ainda que a maioria das pessoas vaiavam e pediam para acabar com qualquer ato que pudesse desencadear uma ofensiva policial. No momento da confusão em frente à rampa de acesso, duas manifestantes se aproximaram da reportagem e disseram que este tipo de ação por parte de poucos ativistas prejudicaria toda a manifestação. “Era só disso que a imprensa precisava para dizer novamente que todos aqui são ‘baderneiros’”, enfatizou.
Rui Rodrigues Neto |
Além dos bordões antigos, o movimento também mandou o recado à deputados
e senadores. Com as frases: “Fora Renan”, “Fora Sarney”, “Fora Feliciano” e
“Fora Agnelo”, os manifestantes exigiam a saída dos parlamentares, e a renuncia
do governador do Distrito Federal. Investigados por improbidade administrativa,
desvio de verba pública, entre outros, o movimento utilizou alguns exemplos
para denunciar a corrupção na política brasileira.
Por volta das 23h os manifestantes foram dispersados e o policiamento
foi reforçado. Há informações de que o próximo protesto será nesta
quarta-feira, 19.
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