Preocupado com o susto de Marina Silva e Eduardo Campos semana passada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fora diretamente para o Palácio do Planalto reunir-se com a presidente Dilma Rousseff, após ter participado da 3ª Conferência Global sobre o Trabalho Infantil. Além de Dilma estava na reunião o presidente do PT, Rui Falcão, o ex-ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social do governo Lula, o marqueteiro de Dilma, João Santana; o ministro da Educação, Aloizio Mercadante e o chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo. Durante a reunião que iniciou às 13h, na quinta-feira 10, Lula passou mais de quatro horas ‘maquinando’. Mercadante demonstrou preocupação. “Esperávamos três candidatos e agora têm dois. Não está claro quem é o candidato em nenhum dos partidos. Há apenas uma tendência hoje em relação a duas outras candidaturas. Podemos ter mudanças ainda, inclusive nessas candidaturas. O foco principal para quem governa é a qualidade do governo. É nisso que estará nossa vitória”, afirmou à imprensa.
A política é que nem uma nuvem: todo segundo há mudanças. Marina e Campos viraram os líderes da oposição. Preciso nem comentar da saída do PSB da base governista que causou insônias, né? Os petistas andam num tremendo desespero; nas redes sociais militantes, sindicalistas e colunistas (CartaCapital) tentam demonizar a imagem dos novos líderes da oposição. A violência também é uma prática comum no meio petista.
Nesse domingo a revista ISTOÉ publicou uma entrevista com Campos e ele dá o recado. “Somos capazes [Marina e ele] de mudar a qualidade da política no País. A política se degradou. Vivemos uma encruzilhada. Não podemos colocar em risco o que acumulamos nas últimas três décadas, especialmente em termos de democracia, estabilidade econômica e inclusão social”.
Campos também comentou sobre as velhas práticas da política. “Achar que basta juntar uns partidos para ter tempo de TV, contratar um bom marqueteiro e depois contar os parlamentares, distribuir ministérios entre partidos, sem discutir conteúdo de nada”, disse. Ele deixa bem claro, que a sociedade necessita de uma telefonia decente, transporte público de qualidade e energia sustentável. Ou seja, Campos está preocupado com o que a rua pautou nas manifestações de junho e julho.
Waldemir-Barreto-Agência-Senado |
Marina nas eleições de 2010 conseguiu 20 milhões de votos, 500 mil assinaturas para o partido que tentava criar, mas como todos sabem, a criação do Rede Sustentabilidade fora barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E você, caro leitor, sabe muito bem o que estava por traz da decisão do TSE. É notável que os petistas colocaram o dedo. E reafirmo: foi uma agressão à democracia.
O medo do PT é grande. Como havia dito: Lula está ‘maquinando’ com os demais petistas – lembrando: o marqueteiro estava lá. Pode acontecer tudo durante a corrida eleitoral até 2014.
Após a divulgação da criação do Rede, em fevereiro, Marina estava em um comitê e o áudio da fala dela fora manipulado dando sentido que apoiava o discurso do pastor e presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) , Marco Feliciano (PSC-SP). Para uma pessoa que é evangélica fervorosa, é muito fácil armar essa cilada. Alguns militantes do PT pipocaram as redes sociais de compartilhamento – e interlocutores também.
Campos e Marina deixaram bem claro que há divergências entre eles, mas os “dois lados terão de ceder um pouco”. E você, acha que ambos não irão fiscalizar um e outro?
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